Semana de trabalho de 4 dias: seu negócio pode praticar esta tendência?

Pesquisas mostram que a redução do tempo dedicado ao trabalho aumenta a produtividade; até mesmo um movimento global foi criado nesta direção, o 4 day week global

Trabalho híbrido, home office, jornada flexível… A dinâmica do trabalho está se modificando para um equilíbrio cada vez maior entre as vidas pessoal e profissional. A adaptação das organizações às novas exigências de colaboradores e do próprio mercado está seguindo em uma nova direção: a chamada semana de trabalho de 4 dias.

A ideia é eliminar a conhecida rotina de trabalho de segunda a sexta-feira e estabelecer uma nova dinâmica. É possível acrescentar um dia ao fim de semana – seja a segunda ou a sexta-feira – ou incluir uma pausa nas responsabilidades corporativas na quarta-feira. Cada negócio ou pessoa pode estabelecer as suas próprias regras.

É claro que, inicialmente, muitas empresas não interpretam com bons olhos uma redução na jornada de trabalho. Afinal de contas, o raciocínio tradicional é o de que menos tempo de trabalho equivale a uma queda na produção das pessoas. Algumas pesquisas, porém, começam a derrubar esta ideia.

Uma publicação do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) apresentou algumas percepções desta mudança de rotina:

– Em 2019, a Microsoft do Japão introduziu a semana de trabalho de 4 dias e teve um resultado expressivo: 40% de aumento de produtividade entre os colaboradores;

– Para 97% dos trabalhadores, a experiência da semana de trabalho de 4 dias foi considerada positiva. E do outro lado do balcão os resultados também chamaram a atenção: 92% dos empregadores do Reino Unido ficaram satisfeitos com a nova dinâmica.

– Em 2021, empresas que fizeram este experimento reportaram um aumento nos lucros de 8%;

– Em uma época na qual a sustentabilidade é cada vez mais importante, a diminuição de colaboradores em escritórios reduziu em 8,6% as pegadas de carbono das empresas.

Dentro do quesito de sustentabilidade e respeito ao meio ambiente, há um movimento global – o 4 day week global – que visa estender esta jornada de trabalho a todo o planeta.

Mais qualidade de vida

Em pesquisas realizadas com pessoas que passaram a ter uma jornada de 4 dias de trabalho, houve a percepção de que é possível, sim, produzir o mesmo ou até mais em 80% do tempo.

É comum muitos colaboradores passarem a ser mais criteriosos com os períodos dedicados ao trabalho. Com isso, ganha-se no planejamento das tarefas, na identificação de prioridades e na redução das horas de cafezinho. Em outras palavras, os colaboradores passaram a se focar mais em suas atividades, dentro de um conceito de mindfulness, sabendo que precisam cumprir suas obrigações em menor tempo.

Além disso, em diversos ensaios realizados nos testes da semana de trabalho de 4 dias, houve uma redução de casos de estresse, burnout, fadiga e conflitos familiares.

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Há uma busca das pessoas por mais equilíbrio na vida. No Reino Unido, por exemplo, um dos estudos apontou que os homens aumentaram em 27% o tempo que passavam cuidando de seus filhos.

E, em muitos casos, é difícil traçar uma linha de separação entre as responsabilidades pessoais e profissionais, especialmente com ferramentas de trabalho sempre disponíveis à mão. Uma semana de trabalho de 4 dias é uma forma de desenhar este limite, aumentando os períodos de descanso.

Em um momento no qual muitas empresas buscam meios de motivar seus colaboradores, o WEF mostrou que 13% dos entrevistados afirmaram que “não aceitariam qualquer aumento para voltar a semana tradicional”. Além disso, conforme o 4dayweek, a prática aumenta a retenção das pessoas em seus cargos, reduzindo em 57% a possibilidade de pedidos de demissão.

A nova dinâmica de trabalho impacta também na forma como se dão as locações comerciais. Será preciso pensar em mecanismos para personalizar esta área e otimizar o espaço de maneira inteligente. A maior parte das empresas opera na semana tradicional, mas, por outro lado, com grupos de pessoas que folgam em datas específicas, é viável facilitar a gestão da equipe e da ocupação dos escritórios.

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