Qual o papel dos líderes na adoção da inteligência artificial pelas empresas?

A maioria dos executivos defende que a inteligência artificial chegou para ficar: mas como garantir os benefícios desta tecnologia e reduzir os seus riscos?

Mais de 8 a cada dez CEOs (82%) acreditam que a inteligência artificial terá um impacto significativo em seus negócios, segundo a consultoria Korn Ferry. Mais da metade deste grupo – 73% — também avalia os eventuais impactos negativos da IA em seus negócios. Este tipo de análise precisa ser feita em razão do aumento da adoção da inteligência artificial nas rotinas empresariais.

Ao contrário do que se imagina – e do que se difundiu nos filmes de ficção científica –, a tecnologia não é vista como uma reposição para a força de trabalho humano. A adoção da IA deve focar na automação de tarefas repetitivas, enquanto os colaboradores vão agir na tomada de decisões e até mesmo para inserir dados e contribuições para a avaliação da tecnologia.

A diferença para fazer com que a tecnologia agregue de fato ao negócio – e não se torne apenas mais um modismo – vai depender, sobretudo, de como a liderança vai enxergar esta transformação e do apoio e da orientação dada aos colaboradores.

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IA já está na rotina das empresas

De acordo com a The Conference Board, 56% dos empregados dos Estados Unidos estão trabalhando com a adoção da inteligência artificial em suas atividades. Quase 10% deles – 1 a cada 10 – empregam esta ferramenta diariamente. Entre os usos mais recorrentes, destacam-se:

– Esboços de conteúdo escrito (68%), a partir do ChatGPT e outras soluções;

– Brainstorming de ideias (60%);

– Realização de pesquisas (50%);

– Análise de dados e realização de previsões/estimativas (19%);

– Geração ou checagem de códigos de programação (11%);

– Reconhecimento ou geração de imagens (7%).

Com essa ampla gama de funcionalidades, muitas empresas ainda não estabeleceram condutas sobre a adoção da inteligência artificial, independentemente do seu porte.

Apenas 26% dos trabalhadores relatam que as organizações criaram políticas específicas sobre o tema, enquanto outros 23% alegam que este manual de aplicação ainda está em desenvolvimento. Conforme The Conference Board:

– 46% dos colaboradores afirma que os gestores estão totalmente cientes do uso da IA;

– 25% alegam que têm conhecimento parcial;

– 13% dizem que eles desconhecem o seu uso.

Em um cenário no qual os próprios colaboradores passam a adotar este tipo de ferramenta em suas rotinas e, em alguns casos, sem o conhecimento prévio da gestão, os líderes têm um papel importante para as empresas. Entre eles, é possível mencionar:

– Especialista

Os CEOs das empresas têm uma visão ampla do negócio. Embora não atuem na minúcia das tarefas de cada colaborador ou de cada setor, o seu papel em relação à adoção de inteligência artificial deve ser em identificar oportunidades de sua aplicação.

Isso pode ser percebido tanto pela experiência de gestão e uso dessas ferramentas quanto no diálogo com os colaboradores. O foco aqui não é ser um especialista técnico, mas nas suas capacidades e como elas podem contribuir para a empresa de forma ampla.

– Mentor

Já há uma percepção de que a IA pode ser aplicada tanto da base da hierarquia até o topo. Diante desse contexto, um bom líder vai não só ser um especialista na tecnologia como um mentor.

O propósito é entender como abordar este tema entre a equipe, pensando em mecanismos de qualificação e capacitação. Conforme a consultoria Korn Ferry, 44% dos CEOS acreditam que terão que desenvolver novas habilidades para que a equipe tire o melhor da tecnologia.

Além, é claro, de estabelecer manuais de conduta sobre o que poderia ser compartilhado com a IA, de que maneira e em quais contextos.  A preocupação está em tranquilizar os colaboradores quanto ao uso ao mesmo tempo em que se busca a proteção de dados sensíveis, da privacidade e da reputação da companhia.

– Incentivador

Com regras claras e mais familiaridade sobre a tecnologia e suas aplicações, o papel do líder é conduzir o movimento de adoção da inteligência artificial de forma inteligente e eficiente.

A responsabilidade do líder está em criar grupos de trabalho ou entender como diferentes setores interagem entre si, criando ideias e projetos que mesclem a criatividade das pessoas com o poderio da tecnologia.

Como está o processo de adoção da inteligência artificial no seu negócio?

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